O rio silencioso

di Maurizio De Cicco

O rio silencioso

21 Giugno 2025 Articoli multilingue Poesie 0

O rio silencioso

O título desta composição é o mesmo de uma publicação minha de 2021. Trata-se de uma coletânea de poesias dedicadas a Siena, aos sienenses e à Rainha da Cidade. Espero que sejam textos apreciados, pois não é fácil, para mim que não sou sienense, expressar impressões, sentimentos e conceitos sobre a capital do Chianti. Esta cidade foi erguida em honra à Virgem e Mãe, com tradições que remontam à noite dos tempos. A mais famosa e conhecida é o Palio.

Como dizia, esta coletânea de versos em ritmo livre é aquela que escolhi como título do meu tributo pessoal a Siena e aos Sienenses.

Vivenciando-a em primeira pessoa, há sensações que permanecem dentro de nós e que, apesar de tudo, são difíceis de explicar. Especialmente se não se é sienense. E eu não sou.

Pois bem, esta que descrevo nos versos abaixo é uma delas…


O rio silencioso

O rio cheio d’água
termina sua corrida no mar
ou entra num lago como afluente,
saindo como efluente
e seguindo enfim
rumo à vasta extensão salgada
da água marinha.
Mesmo que quisesse não fazer barulho,
esse movimento produz sempre
um certo fragor.
Observo aquela multidão de gente
descendo “ao vale” no Campo,
dentro da Praça.
Não ouço nem um sussurro,
seus olhares falam
de um silêncio que não posso
e não sei explicar.
É ensurdecedor não ouvir
nem o zumbido
das moscas a voar,
enquanto na Concha
chega ainda mais gente, toda
mais que religiosamente silenciosa.
Cada um envolto em seu estandarte,
mas uma coisa têm em comum:
as mesmas palavras nos olhos,
ditadas pelos batimentos dos corações,
também eles palpitantes
pelas cores singulares
de cada Contrada.
A espera torna o ar
afiado como uma espada cortante,
mas ainda não sei,
não posso e nunca poderei saber
o que passa no coração e na mente
de cada Sienense e Contradaiolo.
Posso apenas limitar-me a observar,
contemplando e respeitando
de modo silencioso
o seu silêncio amortecido,
até que saiam
os cavalos do “Entrone”
do Palácio Comunal,
com os jóqueis a recolher o chicote
e ouvir o estrondo do morteiro.
O Palio é dos Sienenses
e com o estrondo da Praça
agora entendo o porquê
de toda aquela reserva,
com a certeza
de que o arrepio
que atravessou meu corpo
para mim foi um momento,
mas para quem nasceu em Siena
é um fundamento sagrado.


Florença, 01/07/2021 às 19h22

Imagem: Gabriele Forti
https://www.gabrieleforti.it/

 

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